Em Macapá, político é indiciado pelo crime de racismo após discurso preconceituoso e discriminatório contra a população LGBT

A Polícia Civil do Amapá, por meio da 5ª Delegacia de Polícia da Capital, indiciou um político pelo crime de racismo qualificado na modalidade praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito – LGBTfobia (art. 20, § 2º, da Lei n. 7.716/1989).

De acordo com o Delegado Neuton Junior, a investigação demonstrou que o crime ocorreu na noite do dia 10/12/2020, durante uma live realizada pelo político, através de rede social, para divulgar qual o candidato à Prefeitura de Macapá teria o seu apoio. Durante a live, o indiciado disse que não iria apoiar nenhum dos dois concorrentes, uma vez que esses haviam abraçado a causa LGBT (em referência ao fato dos dois candidatos habilitados ao segundo turno terem manifestado apoio as pautas LGBTQIA+ junto aos representantes da União Nacional LGBT Amapá), causa que ele julgava, anticristã, contra a família e relacionada a tudo que não presta, inclusive à pedofilia.

“A conclusão pelo indiciamento do investigado se deu por conta dele, ao expressar sua opinião aos seus seguidores na rede social citada, sobre a população LGBT+, ter ido além do que assegura a Constituição Federal sobre a liberdade de expressão e opinião, uma vez que, com a intenção de agradar supostos eleitores defensores da pauta conservadora, passou a promover discurso preconceituoso e discriminatório, inclusive ligando a população LGBT+, sem provas e elementos para isso, com o envolvimento com a pedofilia, que, como se sabe, é crime”, explicou o Delegado.

Durante o curso das investigações, o representante do Conselho Estadual de Direitos da população LBGT+ foi ouvido pelo Delegado. O indiciado foi intimado por duas vezes, contudo, não compareceu para prestar esclarecimentos sobre os fatos.

O inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público para apreciação.

 

Fonte: PC/AP