Empresários sul-coreanos, que começam a investir em estados do Sul e Sudeste do país, veem no Amapá um cenário vantajoso para seus negócios. Nesta quarta-feira, 28, o governador Waldez Góes recebeu uma comitiva sul-coreana, que o apresentaram produtos com tecnologia de ponta, como vergalhões de fibra de vidro, cova wood (última geração de MDF), além de projetos de melhorias em infraestrutura urbana, como pavimentação e terminal hidroviário, através de parceria público-privada.
Prospecção
O empresário sul-coreano, Alex Song, reside no município de Santana há 8 anos. Há três anos, ele montou a Song, uma empresa de projetos e prospecção de negócios. Durante esse tempo, Alex estudou o mercado amapaense quanto a incentivos e viabilidade de produtos produzidos na Coréia do Sul. Ele avaliou o cenário de estabilidade política e econômica que se instala no país e, também, no Amapá. Munido dessas informações, Song contatou seus amigos empresários e lhes mostrou o cenário local, o que os animou.
Esta semana, uma comitiva de quatro empresários sul-coreanos chegou ao país. Três seguiram para São Paulo e Sunggi Kim, vice-presidente da H. Consultoria & Desenvolvimento (HCND), veio ao Amapá. Ambos foram recebidos pelo governador nesta quinta-feira.
Também participaram do encontro o presidente do Conselho Superior da Associação Comercial e Industrial do Amapá (Acia), empresário amapaense Altair Pereira, e representantes da Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá (Agência Amapá), órgão do governo estadual que cuida das relações institucionais e internacionais.
Produtos
Na reunião, os sul-coreanos apresentaram ao governador alguns produtos de microeconomia produzidos com tecnologia sul-coreana e que são viáveis, segundo o estudo de Song para o mercado local.
Dentre os produtos, está o vergalhão de fibra de vidro, que se utiliza na indústria de construção civil na Coréia. “O produto já é certificado nos Estados Unidos e na Inglaterra, e é comprovadamente três vezes mais durável que o vergalhão de ferro inoxidável. Com R$ 2 milhões, se monta essa indústria e o retorno do investimento é rápido, cerca de doze meses”, afirmou o empresário Alex Song.
Outro produto apresentado foi o cova wood – última geração de MDF. Este, afirmou Song, pode ser feito com qualquer resíduo vegetal, como palha de milho, moinha e caroço de açaí. O segredo está na resina produzida na Coréia, que torna o produto impermeável, antifungo e antichamas.
Outra tecnologia apresentada pelos empresários é um reagente compactador de solo. Dez quilos do produto é o suficiente para compactar uma tonelada de aterro, por exemplo, com durabilidade mensurada em 50 anos. Também pode ser usado para pavimentação asfáltica.
A Coréia do Sul também possui tecnologias em agronegócio e piscicultura; projetos de revitalização urbana (terminal hidroviário, sistema de transmissão elétrica, pavimentação, saneamento básico). Parcerias também podem ser fechadas para intercâmbio nas áreas de educação, cooperação técnica, saúde e gastronomia.
Apoio e incentivos
O governador Waldez Góes destacou que a política de desenvolvimento é uma prioridade. O Amapá está aberto a novos investimentos, dispõe de incentivos fiscais federais e estaduais, que viabilizam a implantação de empresas e indústrias, como a Zona Franca Verde de Macapá e Santana (ZFV). Além de uma localização estratégica e potencial para importação e exportação.
Ainda dentro da legalidade, e com muita transparência, pontuou o governador, o Estado isenta as empresas de impostos sob bens imobilizados (equipamentos), e auxilia viabilizando terreno, energia e pavimentação, caso necessário. “Para nós, é interessante garantir que as empresas se instalem. Não queremos arrecadar sob os equipamentos e materiais que elas precisam para se firmar. O que nos importa é arrecadar com a produção, os empregos gerados, e ter o Amapá em crescente desenvolvimento, para benefício da população”.
O presidente do Conselho Superior da Acia, Altair Pereira, que participou da articulação do encontro, avaliou como produtivo o primeiro diálogo com o chefe do Executivo estadual. Ele lembrou que a Coréia do Sul é detentora das maiores empresas e indústrias mundiais, como a KIA, Samsung e Hyundai, além de ser um dos primeiros países em termos de tecnologia.
“Sabemos do compromisso da gestão com o desenvolvimento do Amapá, da segurança que oferece, que tem potencial para grandes investidores mundiais como estes. O nosso estado precisa ser conectado ao primeiro mundo. Temos certeza de que as tratativas irão avançar e que os resultados serão os melhores possíveis”, salientou Altair.
Estreitar relações
Ficou acertado, durante a reunião, que a Agência de Desenvolvimento Econômico irá articular, junto à Song e Acia, a visita de mais de 50 empresários sul-coreanos ao Amapá, no mês de janeiro de 2019. A ideia é estreitar a relação, o diálogo, e conhecer ainda mais produtos e negócios que possam ter um mercado promissor no estado, além de, prioritariamente, suprir as necessidades da sociedade.
Fonte: Portal GEA